segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um homem de fibra!

Por Ruth Tupinambá


 Quando conheci seu Jayme, já ele era casado e pai de muitos filhos, e eu simplesmente uma garota por demais curiosa.
Digo curiosa porque sua figura já me intrigava e me chamava a atenção. Ele era diferente das pessoas que eu conhecia.
Nesta época, eu só pensava em brincar e estava sempre em casa dos tidos Joaquina e Basílio, seus vizinhos, na Rua Dr. Veloso, onde o via várias vezes diariamente.
Ele era metódico, tinha hora certa para o almoço, o café, o jantar e, à tardinha, já escurecendo, gostava de dar uma volta, sempre impecável nos seus ternos de linho branco. Chegava até o bar do seu Helvécio (um sergipano seu amigo) e lá se encontrava com os amigos, onde se reuniam para um bate papo, desopilando o fígado com as novidades da terra, as anedotas e, às oito horas, estava de volta.
Diziam que era bravo, exigente com a família, enfim, um grande passador de pitos.
Quando ele surgia na esquina, muitas vezes eu estava pulando maré com as companheiras, encolhíamos ressabiadas, para lhe dar passagem. Não sei mesmo se ele nos via, passava tão sério!
Durante muitos anos esta foi minha impressão do seu Jayme e sentia mesmo que ele me achava uma regateira, sempre pulando e correndo naquele passeio largo em frente à sua casa, onde seus filhos nunca apareciam.
Os anos forma passando enquanto eu crescia e começava a entendê-lo e admira-lo. Por trás daquela máscara fechada se escondia um caráter nobre, honesto e íntegro a toda prova.
Quando se é criança, a cabeça é cheia de fantasias, tudo nos parece extraordinário e absurdo a ponto de nos encabular.
Mais tarde, fiquei sabendo sua história. O tio Basílio contava com admiração, sua vinda de Portugal para o Brasil quando, órfão de pai aos treze anos, resolveu enfrentar a terra de Cabral, acreditando em suas riquezas.
Que menino extraordinário!- dizia o meu tio-, e que coragem Atravessar o oceano sem parentes e sem dinheiro!
Passada a fase da aventura, o garoto corajoso viera das margens do Tejo, enfrentou duros trabalhos, ganhando a confiança dos patrões e ocupando vários postos na firma Gomes de Castro, para a qual viajou dezesseis anos.
Ele chegou aqui quando Montes Claros não era bem assim, bonita e civilizada como hoje, fazendo inveja a muitas cidades irmãs.
Ele veio quando só os tropeiros e os cometas tinham acesso. Seu Jayme foi um dos grandes e valorosos cometas e, como tal, amou Montes Claros como só um filho bom o faria.
Enfrentando mil dificuldades, trazia nos lombos dos burros aquelas mercadorias do Rio de Janeiro, abastecendo nossa praça, suprindo as necessidades daquela gente, privada dos centros civilizados, trazendo-lhes ainda a experiência de homem culto, dinâmico e inteligente, e ainda sua amizade e dedicação.
Naquele tempo, em que um fio de barba valia como documento, ele soube valoriza os sertanejos e nele confiar. Os negócios eram feitos na base da amizade, da boa fé e facilitados. Enchia de mercadorias suas prateleiras e armazéns, sem exigir-lhes os juros, dando-lhes também tempo necessário para dispor delas e os lucros chegarem às gavetas dos simples negociantes.
A vida era sem grandes emoções e acontecimentos que pudessem modificar aquela tranqüila rotina. E assim, os cometas tiveram sua época em Montes Claros e seu Jaime, como tal, marcou sua presença.
Aquela cidade pacata, dormindo tranquilamente sob um luar de prata, embaladas pelas serenatas e um violão choroso, era muitas vezes despertadas do seu sono, ouvindo os tilintas dos guizos e o som compassado dos cascos dos animais no interminável calçamento de pé-de-moleque daquelas ruas estreitas...
De repente, a cidade se animava, crianças, adultos e velhos chegavam às janelas para apreciar sua passagem.
As arriatas de prata brilhavam à luz dos primeiros raios de sol e a madrinha da tropa enfeitada de guizos e peitorais trabalhados, mantas e baixeiros corridos, ia na frente, como uma baliza pedindo passagem, à procura de pousada, descanso e alimento para aqueles obedientes e incansáveis animais.
Hospedagem para os destemidos cometas era o que nunca faltava. Eles eram recebidos com festa e tratados a pão de ló... Amparados pelas famílias principais, desejados pelas donzelas casadoiras, que sonhavam com o seu príncipe encantado.
E assim era seu Jayme recebido em Montes Claros. Foi, em verdade, um dos maiores cometas que por ali passou. Trazia na sua bagagem os melhores tecidos de algodão, sedas, lãs e linhos. Louças, chapéus, calçados, perfumarias, artigos para presente, tudo importado dos grandes centros europeus. Ferramentas para a lavoura, arame farpado e outras ferragens necessárias.
Seu Jayme conquistou Montes Claros com sua distinção e cavalherismo. Deixou definitivamente as belezas da capital brasileira com suas lindíssimas sereias, a civilização pela humilde singela do nosso sertão montes-clarense.
Com a meiga companheira, fixou aqui sua residência. Dona Laurinha, sempre ao seu lado, num companheirismo sem par, ajudou-o a constituir uma grande família e um patrimônio.
Dedicou-se, ao comercio de algodão e foi também sócio da Fábrica de Tecidos do Cedro, a convite de seu amigo e companheiro Luiz Pires.
Tornou-se, mais tarde, um dos maiores invernistas e o seu gado selecionado enchia as pastagens do Rio Verde.
Foi um chefe de família exemplar, e com inteligência e espírito de liderança ajudou nossa comunidade a solucionar os cruciantes problemas daquela época. Foi um rico sem avareza e sem egoísmo. Possuía várias casas de aluguel, mas parece-me que fazia isto mais para ajuda as pessoas, pois a renda era tão pequena! Nunca soube explorar seu inquilino, pelo contrário, de muitos nem cobrava o aluguel. Era interessante a consideração que tinha pelo inquilino, quando resolvia subir o aluguel. Escrevia-lhe uma longa carta, dando explicações e pedindo desculpas para subir uns poucos cruzeiros.
Mais tarde, já casada, fomos vizinhos e inquilinos seus a rua Dr. Veloso, quando tive a felicidade de conhece-lo de perto e com ele conviver, quando já velho, aposentado e um pouco cansado, mas com a mesma lucidez e inteligência. Adorava conversar conosco e contar os casos de sua juventude, quando era cometa e cavalgava pelo sertão, com sua comitiva, cheio de entusiasmo e desejo de vencer. Tinha especial admiração por Armênio e, todos os domingos, esperava-o em sua casa para um uísque antes do almoço. Fazia disso um capricho que o Armênio procurava atender, o que muito o alegrava. Sempre que chegava à porta, ele estava na varanda tomando sol. Fazia-me várias perguntas, inclusive se já estava ganhando mais e trabalhando menos, pois achava o salário de professor uma injustiça.
Certa vez, ele disse-me:
- Dona Ruth, acho que vou aumentar o aluguel da sua casa. Está muito barato. Não dá nem para a Célia comprar um vestido (Célia era sua filha caçula).
Eu concordei plenamente. Era realmente muito barato.
- Quanto a senhora pode pagar?
Nessa época era cem cruzeiros o aluguel. Então propus pagar-lhe quinhentos cruzeiros.
Ele ficou horrorizado e nervoso, passou-me uma grande descompostura, dizendo-me:
- A senhora está muito rica, é o que parece, e até um pouco atrevida. A senhora vai pagar só duzentos cruzeiros, nem um tostão a mais.
Posso assegurar, por experiência própria, foi o melhor e o mais consciencioso senhorio que existiu nesta terra. Se ainda fosse vivo, por certo estaria muito chocado e desiludido com o nosso meio comercial de hoje, cujos cambalachos e explorações estão chegando ao auge.
Ele que foi tão justo, tão honesto, por certo, sentir-se-ia terrivelmente envergonhado diante deste caos.
Mas ele se foi, para tristeza nossa e de todos que o conheceram, com ele conviveram e dele receberam tantos favores e provas de amizade.
Deixou marcas indeléveis na nossa sociedade, as quais oi tempo jamais conseguirá apagar.
Entretanto, de onde está, deve sentir-se alegre e feliz vendo que seus filhos não foram corrompidos e procuram seguir seu exemplo, com a mesma honestidade, dinamismo e liderança (cooperando e trabalhando pela nossa cidade), tacos característicos de um homem de fibra!


(N. da Redação do montesclaros.com: Ruth Tupinambá Graça, de 94 anos, é atualmente a mais importante memorialista de M. Claros. Nasceu aqui, viveu aqui, e conta as histórias da cidade com uma leveza que a distingue de todos, ao mesmo tempo em que é reconhecida pelo rigor e pela qualidade da sua memória. Mantém-se extraordinariamente ativa, viajando por toda parte, cuidando de filhos, netos e bisnetos, sem descuidar dos escritos que invariavelmente contemplam a sua cidade de criança, um burgo de não mais que 3 mil habitantes, no início do século passado. É merecidamente reverenciada por muitos como a Cora Coralina de Montes Claros, pelo alto, limpo e espontâneo lirismo de suas narrativas).

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Presidenta ou Presidente?


AULA DE PORTUGUÊS : O CORRETO É PRESIDENTE OU "PRESIDENTA" ? ? ?
                                                                                                    
Tenho notado, assim como aqueles mais atentos também evem tê-lo feito, que a candidata Dilma Roussef e seus apoiadores,  pretendem que ela venha a ser a primeira presidenta do Brasil,  tal como atesta toda a propaganda política veiculada pelo PT na mídia.
Presidenta?
Mas, afinal, que palavra é essa?
Bem, vejamos:
No português existem os particípios ativos como derivativos  verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar  é mendicante...
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente.  Aquele que é: o ente.  Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se  adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.
Portanto, à pessoa que preside é “PRESIDENTE", e não "Presidenta", independentemente do gênero, masculino ou feminino.
Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um exemplo (negativo) seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta. "

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Trabalhadores que controlam fábrica desde 2003 querem sua estatização

Interessante matéria publicada pelo iG sobre uma fábrica controlada pelos próprios trabalhadores:
Um dia na vida da única fábrica ocupada do País
Trabalhadores da Flaskô, em Sumaré (SP), com jornada semanal de 30 horas, lutam pela estatização da empresa
Patrick Cruz, de Sumaré | 19/01/2011 06:17

Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o comando do Brasil em 2003. Naquele ano, os funcionários da Flaskô – uma fábrica de tambores plásticos usados para fins tão diversos quanto o de acondicionar combustível para automóveis ou tripas de bois – também tomaram o poder, ainda que em uma escala menor: eles assumiram as rédeas de sua própria empregadora. Era para os destinos de Lula e dos trabalhadores terem se cruzado.

A crença era que Lula, o ex-metalúrgico, daria um norte definitivo para a vida profissional dos trabalhadores da problemática Flaskô, ocupada pelos funcionários na seqüência de uma série de traumáticas adversidades, entre as quais o recorrente atraso de salários e o não-cumprimento de direitos trabalhistas. Tudo se resolveria no governo Lula, criam os funcionários.
A era Lula passou, e a Flaskô é hoje a única empresa ocupada do País sob o comando de seus funcionários – transmutados em patrões. Filhote do mesmo grupo que deu origem à Tigre, a fábrica, localizada em Sumaré (SP), a 120 quilômetros de São Paulo, vive hoje entre o sonho de ser estatizada e o receio com o aperto em suas finanças cotidianas.
“A conta fica sempre no vermelho”, diz Fernando Martins, membro da comissão que comanda a fábrica. Uma das despesas sagradas é a com a conta de luz – em torno de R$ 60 mil mensais –, e por motivo óbvio: em uma empresa endividada, com um histórico problemático e carente de recursos, o corte de luz interrompe a fonte de receita imediatamente. A Flaskô já enfrentou interrupções de fornecimento de energia, uma delas por 40 dias.
"Ninguém fica em cima"
A tensão com um prosaico corte de luz contrasta com algumas das manifestações otimistas dos trabalhadores da empresa. “Tem esperança, sim. A gente sempre tem esperança”, diz a operadora de máquinas Tânia Gomes de Oliveira sobre uma eventual reviravolta no caso da Flaskô. Tânia, que chegou à companhia em 1993 – e pode, portanto, comparar a vida pré e pós-ocupação –, afirma que hoje “a vida é mais tranquila. Ninguém fica em cima”.
A Flaskô era parte de um conglomerado de empresas que fizeram parte do grupo criado por João Hansen Júnior, fundador da Tigre. Algumas empresas do grupo, entre elas a Cipla, conhecida fabricante de assentos para vasos sanitários, foram invadidas entre 2002 e 2003 como forma de pressionar os controladores a pagar salários e encargos trabalhistas, sempre em falta. Em Joinville (SC), onde ocorreram as outras invasões, as fábricas estão hoje sob intervenção judicial. A Flaskô é a remanescente entre as ocupadas.
A jornada atual é de 30 horas semanais, preenchidas de segunda a sexta-feira. Os 63 trabalhadores da Flaskô se dividem em três turnos por dia, que começam à meia-noite, às seis da manhã e ao meio-dia.
“Esta vai ser minha última empresa. Com fé em Jesus”, diz o operador de máquinas Ivan Soares de Oliveira, há quatro anos na Flaskô. “Aqui minha vida é melhor: não tem patrão, não tem chicote”.
A falta de dinheiro é parte do cotidiano da fábrica. Os salários às vezes atrasam uma semana, mas o atraso não é regra. Ocasionalmente também atrasa o pagamento dos fornecedores de matéria-prima (atualmente, toda comprada de empresas que reciclam a resina utilizada para a fabricação dos tambores; o material reciclado é mais barato que a resina “virgem”). As máquinas, obsoletas – e, em parte, fora de operação por falta de dinheiro para reparos –, têm produtividade até três vezes menor que de uma nova.
Como há dificuldade para a compra de insumos, a Flaskô não forma estoques de matéria-prima: as compras são feitas à medida que chegam os pedidos dos compradores de bombonas plásticas. E o comércio não é homogêneo ao longo do ano: a receita mensal é de cerca de R$ 500 mil, mas em 2010, teve mês que rendeu R$ 600 mil, mas teve mês que deu R$ 350 mil.
Confiabilidade
“A ocupação foi a única saída”, diz Aldemir Tavares Pontes, que entrou na Flaskô antes da ocupação de 2003 na função de ajudante de caminhão, passou a ajudante de serigrafia e por outras funções até assumir o posto atual de gerente comercial. É dele a responsabilidade de fechar os contratos de compra de matéria-prima e venda da produção.
O gerente comercial atesta que os problemas da Flaskô afugentam alguns potenciais clientes (“tem esse problema de confiabilidade”, diz), mas isso não impede o fechamento de novos negócios. Pontes, baiano de Vitória da Conquista, onde trabalhou em padaria, faz planos, ainda não totalmente claros, de voltar para sua terra. “Vamos ver como vai ser. De repente monto uma Flaskô lá”, afirma.
Como a Flaskô é gerida pelos trabalhadores, as decisões têm que ser homologadas em assembleia. Uma comissão de fábrica também se reúne para deliberações cotidianas, em uma sala ornamentada por artigos como uma bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um calendário com a foto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez – que talvez valha mais pela imagem, já que o calendário é de 2008 – e adesivos da Esquerda Marxista, corrente política do PT ao qual está ligado o braço brasileiro do Movimento das Fábricas Ocupadas.
À assembleia dos trabalhadores cabe a tarefa de escolher as alternativas de sobrevida da Flaskô. O governo federal já sugeriu que os trabalhadores criem uma cooperativa para tocar a fábrica, mas eles argumentam que, com isso, perderiam direitos trabalhistas que não foram honrados pelos antigos patrões. Preferem, em vez disso, a estatização, sob o argumento de que mais de 80% das dívidas da empresa, de estimados R$ 200 milhões, são com a União – com a estatização, o governo garantiria, portanto, o recebimento do que é dele.

 “Para mim, estatizar significa dividir com toda a sociedade os prejuízos da má gestão dos antigos proprietários”. Com esta frase, publicada na coluna semanal “O Presidente Responde”, reproduzida por jornais de todo o País, Lula, em janeiro do ano passado, frustrou a esperança dos defensores da estatização. No texto, ele voltava a defender a proposta de criação de uma cooperativa.
Lula estava a par dos problemas dos funcionários de Cipla, Interfibra e Flaskô desde sua campanha presidencial de 2002. Assumiu a presidência, saiu dela, e, na Flaskô, o impasse segue. “Mas vamos ver. Agora tem uma mulher no poder, né?”, diz a operadora de máquinas Tânia Oliveira.
Fonte:  iG
http://economia.ig.com.br/empresas/industria/um+dia+na+vida+da+unica+fabrica+ocupada+do+pais/n1237959432845.html#0

sábado, 8 de janeiro de 2011

Filho de Lula comenta episódio dos passaportes diplomáticos

08/01 às 00h14 O Globo
SÃO PAULO - O filho mais velho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marcos Cláudio Lula da Silva, de 39 anos, afirmou nesta sexta-feira no Twitter que vai devolver o passaporte diplomático que recebeu do Itamaraty . ( Leia também: OAB pede que filhos de Lula devolvam passaporte especial )


"Vou [devolver], aliás, nem vi... Devolvo o antigo também, sem nenhuma escrita nele, branco como chegou", afirmou. Em posts no Twitter, Marcos Lula garantiu que não usou e nem viu seu passaporte durante os oito anos do governo Lula. Ele disse ter viajado apenas ao Paraguai e à Argentina, países que fazem parte do Mercosul, utilizando o documento de identidade para os brasileiros. Ele também usou o microblog para criticar a imprensa, a quem chamou de imprensa golpista:

"Nunca usamos em oito anos de governo democrático e nem usaremos", afirmou. "Viajei sim, para o Paraguai e Argentina, e fui muito bem recebido só com meu RG, como cidadão brasileiro. Vale Brasil...", disse ainda.

A notícia sobre o benefício, também concedido a Luiz Cláudio Lula da Silva, de 25 anos, o filho mais novo de Lula, foi classificada por Marcos Lula como "babaquice".

"Nunca usamos em oito anos de governo democrático e nem usaremos. Isso que o PIG mais odeia, saber que somos bem-vindos no mundo."

Repetindo a sigla PIG (que seria "Partido da Imprensa Golpista"), Marcos Lula sugeriu que brasileiros são bem-vindos "em todo o mundo" por causa de seu pai.

"Parabéns aos brasileiros que são recebidos com carinho em todo o mundo, graças ao ex-presidente e não a imprensa PIGista suja!" - afirmou em outro post no Twitter.

Uma sugestão ao filho do ex-presidente: quem sabe no ano que vem, em vez de passar "férias" com a família nas instalações do Exército no Guarujá, eles não escolhem a Itália. Tenho certeza que, "graças a seu pai" eles serão muito bem recebidos por lá. Já tem até um grupo de fãs aguardando por eles. Vejam as fotos:
Fotos via http://coturnonoturno.blogspot.com/

OAB pede que filhos de Lula devolvam passaportes; ou então entrará com ação

Brasília, 07/01/2011

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, fez hoje (07) em entrevistas um apelo aos familiares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que receberam passaportes diplomáticos do Itamaraty de forma privilegiada para que os devolvam, "sob pena de se criar um constrangimento público dessa ntureza para o ex-presidente Lula". Ophir afirmou que se os passaportes não forem devolvidos por um gesto voluntário, a OAB se vê na obrigação de tentar medida judicial para buscar correção do ato da concessão do documento pelo Itamaraty.

"A ação judicial é a medida que será tomada se não houver a devolução voluntária dos passaportes. É lamentável se se tiver de chegar a isso, mas a Ordem não vai abrir mão de buscar o respeito ao princípio da  moralidade - e tenho certeza que essa deve ser a mesma posição do Ministério Público Federal ao ver uma conduta tão escabrosa como essa", sustentou Ophir Cavalcante durante entrevista. Segundo ele, no caso, a responsabilização recairá sobre o órgão que concedeu o documento.

Principais trechos de entrevista concedida pelo presidente nacional da OAB sobre a questão dos passaportes diplomáticos a filhos do ex-presidente Lula:

"O passaporte diplomático é concessão que deve ser dada a autoridades que devem representar o país internacionalmente e, por isso isso mesmo, precisam de um ir e vir mais tranqüilo. A concessão de  passaportes a outras pessoas que não estejam enquadradas nessa filosofia, deve ser algo excepcional. Quanto ao caso de filhos de um ex-presidente ter esse passaporte,  isso é extremamente danoso face ao princípio da moralidade administrativa e atenta contra a própria lei. O governante não pode ceder às tentações do cargo. Enquanto ele estiver no cargo deve ter as  regalias necessárias para o exercício do cargo; a partir do momento em que deixa o cargo, ele passa a ser um cidadão comum, igual a todos os brasileiros e brasileiras.

A concessão dessa regalia, desse benefício, é um ato administrativo e, como todo ato administrativo,deve estar pautado dentro da lei. É um ato em que um ministro não pode, pela vontade dele, fazer o benefício e dar o privilégio a quem quer que seja. E isso tem que ser cumprido, sob pena do ministro ou quem quer que seja o responsável, responder por improbidade administrativa.

Por isso, a Ordem apela para que os filhos do presidente Lula devolvam o passaporte especial; não submetendo seu pai a um constrangimento público dessa natureza, inclusive com possibilidade de ação judicial por improbidade administrativa para alcançar quem concedeu esse benefício. Portanto, reitero, a Ordem apela aos filhos do ex-presidente Lula pela devolução do passaporte diplomático. Caso isso não ocorra, é hipótese de apuração pelo Ministério Público Federal, em função do ato de ilegalidade administrativa, que quebra a isonomia entre os brasileiros. Também a OAB buscará reparação judicial caso não haja a devolução".

Fonte: OAB

OAB quer lista do Itamaraty sobre passaportes dados por "interesse do País"


Brasília, 07/01/2011

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, encaminhou hoje (07) ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pedido oficial para que o Itamaraty cerifique quais as pessoas que - além dos dois filhos do ex-presidente Lula - detém hoje o passaporte diplomático, mas que não estão entre as autoridades que têm essa prerrogativa e que são elencadas no artigo 6º do decreto 5.978/2006. O pedido do presidente nacional da OAB  foi feito com base no artigo 5º, inciso XXXIV, alínea "a"  da Constituição Federal, que garante "a todos, o direito de petição aos poderes públicos em defesa dos direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder".

Ophir Cavalcante ressalta no ofício que  a OAB quer "conhecer conhecer a relação dessas pessoas e as justificativas que deram suporte à concessão (do passaporte diplomático), notadamente em função do interesse do País". Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o "interesse do País" foi a justificativa do ministro Celso Amorim para conceder a regalia aos filhos de Lula.

Segue a íntegra do ofício de Ophir Cavalcante ao Ministério das Relações Exteriores:

Ofício n º 040/2011/GPR.                                              
Brasília, 07 de janeiro de 2011.
                                                                                     
Ao Exmo. Senhor
ANTÔNIO DE AGUIAR PATRIOTA
Ministro de Estado das Relações Exteriores - MRE
Palácio do Itamaraty - Esplanada dos Ministérios
                                         
Assunto: Passaporte diplomático.

Senhor Ministro,

Ao tempo em que o cumprimento, e com base no art. 5º, inciso XXXIV, alínea ‘a' da Constituição Federal, solicito a relação das pessoas que detém passaporte diplomático além das autoridades previstas no Decreto nº 5.978/2006.

A propósito, a imprensa (jornal Folha de S. Paulo) divulgou que foram concedidos passaportes diplomáticos a pessoas não elencadas nas disposições do art. 6º do Regulamento anexo ao Decreto em comento, cabendo a essa pasta relacionar tais pessoas e apresentar a motivação do ato administrativo que os autorizou.

A rigor, é fato que o § 3º do dispositivo indicado autoriza o Sr. Ministro de Estado das Relações Exteriores a conceder tal documento a pessoas não relacionadas nos incisos do art. 6º, mas é preciso, contudo, conhecer a relação dessas pessoas e as justificativas que deram suporte à concessão, notadamente em função do interesse do País.

Assim, requer este Conselho Federal da OAB a relação de pessoas autorizadas a portar passaporte diplomático em função do interesse do País, bem assim os motivos que ensejaram tal autorização.

Sendo o que se apresenta para o momento, aguardo o envio de resposta, e renovo protestos de estima e consideração.

Ophir Cavalcante, presidente do Conselho Federal da OAB.


Fonte: OAB

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sesi mostra força, bate MOC e segue 100%

Até parecia uma final de campeonato. Sesi-SP e BMG Montes Claros cumpriram toda a expectativa de uma grande partida e fizeram um jogo recheado de emoção, nesta quinta (6), em São Paulo. O embate de gigantes foi válido pela 12ª rodada da Superliga masculina.


E a disputa só chegou ao fim após quase duas horas de bola em jogo. Pela 12ª vez consecutiva, foi o Sesi-SP que comemorou o triunfo. Com um saque agressivo, a equipe mandante faturou os dois pontos ao fazer 3 sets a 2, com parciais de 25/20, 25/22, 19/25, 17/25 e 15/13. 


O Sesi-SP começou com tudo a disputa contra o atual vice-campeão da Superliga. Com um saque forçado, a equipe se impôs diante do rival e faturou os dois primeiros sets. Os destaques ficaram por conta de Japa e Wallace, que finalizaram bem as bolas levantadas por Sandro.

Nos dois sets seguintes, porém, o rendimento do Sesi-SP caiu. Precisando vencer para sobreviver na disputa, o Montes Claros mudou sua forma de sacar, o que dificultou a recepção rival. A equipe de Minas Gerais cresceu e levou a disputa para o tie-break. Para alegria da torcida, o Sesi levou a melhor no set decisivo.

Serginho deu seu habitual show e recebeu o troféu VivaVôlei ao fim do duelo. No ataque, Murilo e Wallace comandaram o Sesi, anotando cada um 16 pontos. A equipe paulista conseguiu marcar Leandrão, preocupação maior do técnico Giovane Gávio, mas não impediu os 18 pontos de Manius.

O Sesi-SP vai folgar na próxima rodada da competição. A equipe só jogará na próxima semana, no dia 13, contra o embalado Londrina/Sercomtel. A partida vai acontecer na casa do Sesi, em São Paulo, a partir das 19 horas. Já o MOC vai tentar a recuperação no campeonato neste sábado, contra o Pinheiros/Sky, também na capital paulista.

O Montes Claros ocupa a vice-liderança da competição, ao lado do Cimed, 4 pontos atrás do Sesi.