terça-feira, 28 de outubro de 2014

A bolivarização do Brasil - rumo à Pátria Grande

Há alguns dias um amigo virtual compartilhou um texto que dizia que afirmar que o Brasil caminha para se tornar uma Venezuela é "bobagem". E quem comentava o texto ainda acrescentava o termo "burrice".

Será?

A proximidade dos petistas com o governo da Venezuela é publica e notória e vem de longa data. Na campanha para a eleição de Nicolás Maduro, por exemplo, o Lula gravou um vídeo de apoio ao candidato chavista bolivariano ( https://www.youtube.com/watch?v=zIzRAvXP1dE ). Além disso, todos são parceiros no Foro de São Paulo.

Por falar el Foro de São Paulo, foi ali que, em 2013, se resolveu que os países participantes deveriam "gerar novos espaços de participação popular na gestão pública". O documento final daquela edição do Foro continha um parágrafo específico acerca da ampliação da participação de setores sociais no Brasil (http://forodesaopaulo.org/declaracion-final-xix-encuentro-del-foro-de-sao-paulo/ ). Como é uma menina obediente, a Dilma correu e editou o o Dec. 8.243/14, que institui a Política Nacional de Participação Social e que, não por acaso, foi apelidado de "decreto bolivariano".

Mas, recentemente, um dia após a eleição, eu tomei conhecimento de fatos que afastam qualquer possibilidade de se negar o bolivarianismo do PT e a venezuelização do Brasil.

O primeiro deles foi que dois parceiros bolivarianos de primeira grandeza do PT confessaram que a intenção do bloco é criar a "Pátria Grande".

Ao felicitar a Dilma pela sua reeleição a presidente argentina Cristina Kirchner afirmou no twitter que a vitória de Dilma era "mais um passo para a consolidação da Pátria Grande". O uso do termo "consolidação" deixa claro que o projeto já está em pleno curso. E muita gente não percebe.

Já o companheiro Nicolás Maduro, divulgou uma nota oficial onde afirma que a vitória de Dilma, "sem dúvida alguma garantirá a continuidade do processo de construção da Pátria Grande, como sonharam o Libertador Simón Bolívar e o prócer José Inácio de Abreu e Lima".

http://www.correodelorinoco.gob.ve/nacionales/venezuela-celebra-triunfo-dilma-rousseff-brasil/
Além de confessar a intenção de criar uma "Pátria Grande" que inclui o território brasileiro, o presidente e amigo Nicolás Maduro também deixa claro que esse processo já está em curso e que se beneficiará da reeleição da Dilma.

Essa intenção de criar uma "Pátria Grande" pode ainda ser percebida através dos logotipos adotados pelo Foro de São Paulo e pelo PT. Vejam ao imagem abaixo, alusiva ao XII Encontro do Foro de São Paulo (reparem também no logotipo do PT). Ela mostra uma América Latina literalmente de cabeça para baixo e sem países delimitados. Há apenas uma grande região integralmente tomada pela cor vermelha. Muito apropriado.


Aqui vemos o Lula participando daquele evento:



Novas placas de veículos a serem adotadas nos países do Mercosul a partir de 2016:

http://www.motorede.com.br/a-partir-de-2016-motos-tambem-usarao-a-nova-placa-unificada-pelo-mercosul/

O outro fato importante do qual tomei conhecimento foi revelado naquela mesma nota do presidente venezuelano.

Talvez você não tenham reparado no nome do segundo inspirador da "Pátria Grande", de que nos fala Maduro: José Inácio de Abreu e Lima, ou, simplesmente ABREU E LIMA!

Isso mesmo, aquela refinara superfaturada que Lula resolveu construir em parceria com Hugo Chávez (e que, salvo engano, nem a Venezuela deu conta de tanto superfaturamento e pulou fora da canoa furada, deixando o pepino inteiramente nas costas dos brasileiros) foi batizada com o nome de um brasileiro que lutou ao lado de Simón Bolívar - chegou a ser um de seus generais - pela construção de uma "Pátria Grande" na América Latina.

Se esses fatos não são prova do bolivarianismo do PT e da aproximação de Lula e Dilma dos métodos e dos ideais buscados pela Venezuela, nada o será.

E só para concluir, se o PT, Lula e Dilma tem tanta afinidade com a Venezuela (e jamais questionaram o bolivarianismo que ali se pratica. Ao contrário, sempre o defendem, como se pode ver nesse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_g1_L3J4fcI ) qual seria o problema em se comparar o Brasil com aquele país? Será que o povo brasileiro ainda não pode saber que o processo bolivarização do Brasil e da construção e consolidação da "Pátria Grande" está em pleno curso?

A propósito, é o próprio presidente do PT, Rui Falcão quem compara ao bolivarianismo o que tem ocorrido no Brasil, e em outros países como no Chile, em El Salvador, Uruguai, Bolívia etc. E no final ainda exalta a "herança histórica" deixada por Hugo Chávez.



Nesse outro vídeo podemos ver o presidente do PT afirmando que o partido luta pela construção da Grande Pátria:



Atualização (29/10/14):

Vice-presidente e Ministro de Nicolás Maduro vem ao Brasil assinar acordos de treinamento com o MST. Um ministro bolivariano (não adianta negar, eles se orgulham em dizê-lo), vem ao nosso país para treinar o MST e não há nenhuma ameaça bolivariana nisso... Também não há nada demais na seguinte declaração que ele deu:  “Queremos fortalecer o que é essencial para uma revolução socialista, o que é treinamento, conscientização e organização do povo para defender o que foi alcançado e avançar na construção de uma sociedade socialista”. 

Uma suposta babá que acompanhava o ministro foi presa por porte ilegal de arma. Além dessa arma ilegal, eles também traziam para o Brasil uma espécie de manual socialista que fala em "derrota permanente do inimigo".
Fontes: http://www.alvarodias.com.br/2014/10/ministro-de-maduro-cuja-baba-foi-presa-com-arma-em-guarulhos-firma-acordo-de-cooperacao-do-governo-bolivariano-com-o-mst/

https://www.epochtimes.com.br/derrota-permanente-inimigo-documento-e-apreendido-baba-ministro-chavista/#.VFGFpvnF_Cs

sábado, 11 de outubro de 2014

Desmascarando mais uma mentira sobre Aécio

A gente sabe do que o PT é capaz para se manter no poder. Para eles, os fins justificam os meios.

Segundo Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras) e o doleiro Alberto Yussef, até mesmo cobrar propinas de fornecedores da estatal para usar em campanha eles cobram  (http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/10/paulo-roberto-e-youssef-dizem-que-esquema-financiou-campanha-de-2010.html). E, obviamente, esse dinheiro se transformará em caixa-dois, ou vocês acham que o partido contabilizaria propinas, obtidas por meios ilícitos?

Se eles são capazes disso, são muito mais capazes de inventar mentiras e fazer montagens fotográficas para denegrir a imagem de seus adversários.

Muitas mentiras são divulgadas a respeito do candidato Aécio Neves. Fala-se que ele usa drogas, que bebe em excesso, que desviou dinheiro da saúde, que disse que não precisa de votos dos professores, etc.

Hoje um amigo compartilhou em sua rede social uma foto em que o Senador Aécio aparece em uma balada, abraçado a uma moça quase nua (de biquíni ou lingerie), e sorridente com um copo de bebida quase vazio na mão.

Ocorre que essa foto é falsa, uma montagem. Eu sei disso porque já havia visto ela, bem antes do início da campanha, e, na ocasião, eu encontrei a foto verdadeira, que serviu de base para a farsa.

Não obstante desde então já se soubesse que era uma farsa, os militantes do PT (provavelmente integrantes do MAV - Militantes para o Ambiente Virtual - veja como são organizados!) continuam divulgando a fraude. E muitas pessoas acabam acreditando no que veem e ajudando a disseminar essas mentiras.

Vejam a fraude, já devidamente desmascarada:


Essa é a foto original do Aécio, que serviu de base para o falsificador:



Vejam o que acontece quando a gente faz os devidos ajustes (ângulo e dimensão) e sobrepõe as imagens, tornando a original um pouco transparente:



Elas se encaixam perfeitamente. A transparência deixa ver que todos os pontos coincidem (nariz, sorriso, queixo, olhos, sobrancelhas, até os reflexos), provando que esta é a foto original.

Ajude a parar a máquina de mentiras do PT, compartilhe essa postagem.


domingo, 20 de julho de 2014

A farsa do "Mais Médicos"

Depois de um bom tempo planejando escrever esse post sobre o "Projeto Mais Médicos para o Brasil", resolvi finalmente colocar a ideia em prática.

Para quem não sabe, o "Projeto Mais Médicos para o Brasil" não se confunde com o "Programa Mais Médicos". Este último é mais abrangente, envolve regras sobre autorização de novos cursos de medicina; a formação médica no Brasil e, o "Projeto Mais Médicos para o Brasil", que, por sua vez, é o que as pessoas, de uma forma geral, conhecem como "Mais Médicos". Ou seja, o "Projeto Mais Médicos para o Brasil" corresponde àquelas medidas que culminaram com a vinda de cerca de 11.000 supostos médicos cubanos para o país.

Se você não sabia dessas diferenças, não se preocupe. Até mesmo a União e a AGU fazem confusão com esses termos.  O governo dissimulou tanto as coisas que até ele mesmo acaba se confundindo.

Pois bem, o que eu pretendo lhes mostrar nas próximas linhas é que esse "Projeto" não passa de um grande engodo, repleto de ilegalidades e justificativas inválidas.

Provavelmente você deve imaginar que o "Programa Mais Médicos" e, por extensão, o "Projeto Mais Médicos para o Brasil" foram criados (através da Medida Provisória n. 621, de 8 de julho de 2013) como resposta do governo às manifestações que tomaram conta do país a partir de junho do ano passado.

Provavelmente você também deve imaginar que os médicos estrangeiros só vieram para cá porque os médicos brasileiros não se prontificaram a ocupar todas as vagas ofertadas e que os cubanos só foram chamados aos milhares porque também os médicos de outros países não se apresentaram em número suficiente para suprir a urgente demanda do país.

Se é assim, ou você imaginou errado ou alguém mentiu para você. A verdade é que a vinda dos médicos cubanos já estava preparada desde 2012, quando sequer se sabia que haveriam as manifestações (se bem que há indícios de que essas manifestações foram estimuladas pelo próprio governo, conforme nos conta o Padre Paulo Ricardo: http://www.youtube.com/watch?v=VKNG57oqJng ). Desse modo, não poderia o governo criar um programa de atração de médicos que tivesse grande adesão de brasileiros e de estrangeiros não cubanos.

Como eu posso afirmar isso? 

Vamos aos fatos:

1 - Na Administração Pública os documentos não costumam tramitar "soltos" pelas repartições. Eles são autuados e formam processos. Ocorre que o "Termo de Cooperação Técnica" firmado entre o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS, que propiciou a vinda dos médicos cubanos, foi autuado sob o número 25000.223376/2012-63.  Notaram a referência ao ano de 2012? Vejam a imagem abaixo: 


Isso demonstra que esse "Termo de Cooperação" já estava sendo preparado no ano anterior às manifestações e à edição da Medida Provisória do "Mais Médicos";

2 - Todas as datas existentes neste "Termo de Cooperação" estão, curiosamente, em branco. Apenas o ano  (2013) está preenchido. Isso pode significar que ele foi elaborado com relativa antecedência, quando se sabia somente que iria vigorar em 2013, sem contudo se ter uma definição do dia e do mês (nesse caso haveria uma margem de segurança de 12 meses).





3 - Na primeira imagem (aquela com o número do processo), reparem que, ao firmarem o "Termo de Cooperação", o projeto para o qual ele se destinava se chamava "Projeto Ampliação do Acesso da População Brasileira à Atenção Básica em Saúde". Está lá, em negrito e com letras maiúsculas. Àquela época não se falava em "Projeto Mais Médicos para o Brasil", certamente porque tal "Projeto" sequer existia, embora o propósito de importar "médicos" cubanos a todo custo já estivesse definido. 

Se o "Mais Médicos" não existia, o governo não sabia se, acaso criado um programa nos seus moldes, haveria adesão insuficiente de médicos brasileiros ou estrangeiros, que justificasse a vinda de cubanos. E, mesmo depois de criado o "Programa", para todos os efeitos da propaganda do governo/partido, os médicos brasileiros só não preencheram todas as vagas disponíveis porque são das "zélite" e não gostam de pegar em pobre. Vejam o que a Dilma falou: 



"É importante dizer que os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao Brasil para trabalhar onde médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar” (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2013-08-28/e-um-imenso-preconceito-afirma-dilma-sobre-reacao-contra-medicos-cubanos.html).

Em nenhum momento ela disse que o número de brasileiros era insuficiente. Ao contrário, fez questão de dizer que só não estão trabalhando nos postos hoje ocupados por cubanos porque não querem!

Então, sem a informação de que os brasileiros e outros estrangeiros não adeririam ao "Projeto Mais Médicos para o Brasil" em número suficiente, ao garantir a vinda dos cubanos o governo brasileiro pensou primeiro no "plano C" (por coincidência, 'C' de cubanos) e somente depois nos planos "A" e "B" (brasileiros e outros estrangeiros, respectivamente). Estranho, não? Tudo está a indicar que o "plano C", na verdade, sempre foi o "plano A", e os planos "B" e principalmente o "A" não passam de uma farsa para desviar o foco e - com a vantagem de propiciar ao governo um culpado pela má gestão da saúde pública no país. 

4 -  Além disso, e como prova irrefutável de que, no mínimo, a vinda dos cubanos já era programada antes das manifestações, temos a publicação no Diário Oficial da União, em 30 de abril de 2013 (pelo menos 30 dias antes do início das manifestações e mais de 60 dias antes da edição da Medida Provisória que criou o "Programa Mais Médicos") do extrato do termo de cooperação técnica entre o Ministério da Saúde e a OPAS. Assim, não se pode negar que nesta data esse acordo já existia (embora não se possa afastar a possibilidade de existência anterior a esta data, como explicado acima).


Portanto, fica claro que o governo federal, mesmo sem o pretexto das manifestações, já havia decidido a vinda de supostos médicos cubanos para o Brasil, não sendo razoável pensar que iria, posteriormente, criar um programa que inviabilizasse esse plano. É o que aconteceria se o "Projeto Mais Médicos para o Brasil" desse certo e todas as vagas fossem supridas por Brasileiros, ou estrangeiros de outras nacionalidades. Nesse caso os irmãos Castro ficariam a ver navios, sem receber a comissão de bilhões de reais que hoje a companheira Dilma deposita nas contas da ilha (como se sabe, dos R$ 10.000,00 gastos pelo governo brasileiro com cada cubano, apenas o equivalente a US$ 1.000,00 são entregues ao profissional (sendo que, inicialmente apenas US$ 400, lhe seriam entregues no Brasil).

Com essa medida minuciosamente preparada, o governo brasileiro matou dois coelhos de uma vez: conseguiu financiar com bilhões de reais a ditadura cubana (por quem nutre tanto apreço que foi capaz de ceder em 17/07/14 uma residência oficial da Presidência da República - a Granja do Torto - ao ditador Raul Castro - privilégio somente conferido ao, não menos ditador, Nicolás Maduro) e, de quebra, elegeu para as massas um novo inimigo público número um: os médicos brasileiros (que se recusaram a atender nos postos onde os bonzinhos cubanos irão trabalhar).


Mas não é só isso que demonstra a falácia dos argumentos do governo para justificar a quebra de paradigmas legais e constitucionais para implantação do "Projeto Mais Médicos para o Brasil".

Na contestação apresentada em uma Ação Popular que questiona a legalidade do "Projeto", o Ministério da Saúde afirmou que o Brasil possui 1,8 médicos para cada grupo de 1.000 habitantes e que a meta a ser buscada é elevar essa taxa para 2,7. Diz o Ministério que esse número (2,7) foi escolhido por ser esta a taxa de médicos por habitante do Reino Unido, "país que, depois do Brasil, tem o maior sistema de saúde pública de caráter universal orientada pela atenção básica".


Aqui cabe uma observação. É, no mínimo curioso o governo do PT afirmar que 1,8 médico por 1.000 habitantes é um número insuficiente quando se sabe que no ano de 2003 o Deputado Arlindo Chinaglia, do PT, apresentou um projeto de lei que proibia a criação de cursos de medicina e o aumento do número de vagas existentes pelo prazo de 10 anos.


Na época o Deputado justificou:



 “O Brasil já tem uma relação de médicos por habitante acima do índice recomendado por instituições internacionais que é de 12 médicos para 10.000 habitantes [ou 1,2 por 1.000]. Essa proporção deverá continuar crescendo com rapidez, uma vez que o aumento da população de médicos – que tem se mantido constante – é maior do que a taxa de crescimento do total da população (que tem decrescido)"

Ou seja, o PT reconheceu que o índice recomendado por instituições internacionais era de 1,2 médico por 1.000 habitantes. Hoje, com um índice de 1,8/1.000 o PT diz que o número é insuficiente e propõe soluções diametralmente opostas às pretendidas na época (inclusive a desnecessidade do "Revalida," que era uma exigência do projeto Chinaglia - além da preocupação com o número excessivo de profissionais, o Deputado petista também se dizia preocupado com a "gravíssima ameaça resultante de cursos de Medicina de má qualidade, no Brasil ou no exterior").


Por falar em qualidade, outro argumento falacioso e contraditório do governo e do PT é o de que o "Revalida" não poderia ser exigido dos cubanos porque "a partir do momento em que o profissional tem o seu título revalidado, ele vai atuar em qualquer lugar" (Jorge Messias - MEC). 

É falacioso porque, a partir do momento em que o profissional tem um contrato com o governo, ele tem que cumpri-lo. E, se o governo oferece boas condições profissionais, não haveria necessidade de trabalhar em qualquer outro lugar, sem falar que os cubanos vieram para o Brasil para ajudar, não para ganhar dinheiro (como eles mesmos sempre ressaltam!). Além disso, seria perfeitamente possível se criar um Revalida só para a atenção básica (ou só para o Mais Médicos, assim como o governo criou um registro profissional só para o projeto). O risco aí seria o governo fazer uma prova de faz-de-conta, para todos os cubanos passarem.

Além de falacioso, esse argumento de que não se poderia fazer o Revalida é altamente contraditório, pois para "fazer média" com a população e demonizar o médico brasileiro o governo sempre ressalta que "os médicos que se formaram no Brasil, ou com diplomas revalidados no país, terão prioridade de vagas" (trecho da contestação à Ação Popular proposta contra o "Projeto Mais Médicos para o Brasil)". Ora, se a possibilidade de trabalhar em outros lugares seria a ruína do "Projeto", então como se acreditar que o governo considera que a contratação de médicos com Revalida ou formados no Brasil era prioridade? O inverso também é verdadeiro. Se a contratação de médicos aptos a trabalhar no Brasil era prioridade, como se pode alegar que o Revalida inviabilizaria o "Projeto"? 

Voltemos ao Reino Unido. Como eu ia dizendo, aquele país é usado como modelo para justificar o "Projeto Mais Médicos para o Brasil", e, para alcançar a meta de 2,7 médicos por 1.000 habitantes, segundo o próprio Ministério da Saúde, seriam necessários 168.424 médicos a mais. Cento e sessenta e oito mil, quatrocentos e vinte e quatro médicos a mais!

Ora, se o governo e o Ministério fazem terrorismo social com um déficit de 168.424 médicos, e se eles mesmos reconhecem esse número como meta, por que então criaram um programa que ofende diversas normas jurídicas (inclusive a Constituição Federal), para "resolver" menos de 10% do problema (apenas 14.000 médicos integram o "Projeto Mais Médicos para o Brasil")?  Se é para ofender o Direito (coisa que eu não defendo) então que se resolva 100% do problema, afinal todos os jeitinhos imagináveis o governo praticou para criar esse projeto, não se justificando que permaneça com mais de 90% do problema sem solução!


Mas se o SUS do Reino Unido de repente se tornou modelo para o Brasil, por que então não se divulga estatísticas sobre o número de leitos por habitantes daquele país, para que se possa comparar esse número com o de leitos por habitantes do Brasil? Quem sabe não chegaríamos à conclusão de que também seria necessário um "Projeto Mais Leitos para o Brasil"? Mas não dá para importar leitos de Cuba, né? Já pensaram o Brasil pagando R$ 10.000,00 por leito cubano que, na verdade custariam apenas US$ 1.000,00 cada?


Talvez essa estatística não seja revelada porque, o governo brasileiro, além de não poder importar leitos de Cuba, sabe que, entre 2002 (último ano de FHC) e 2012 o número de leitos hospitalares no país teve uma redução de 15%. De 2005 a 2012, só o SUS fechou 41.713 leitos. ( http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/aecio-poe-o-dedo-da-ferida-do-programa-mais-submedicos-ou-os-apalpadores-e-a-reducao-dos-leitos-hospitalares/ )

É claro que o governo não quer divulgar esses dados, porque sabe  que aí não poderia jogar a culpa nos médicos brasileiros, mas apenas em si próprio.  Ademais, provavelmente passaria por um vexame maior do que o da seleção brasileira se fosse comparar esses dados com os do Reino Unido (e olha que nem estamos falando da qualidade dos hospitais onde esses leitos estão instalados).


Assim, a conclusão a que se pode chegar é que as justificativas do governo para criar o "Projeto Mais Médicos para o Brasil" não passam de pretextos falsos ou insuficientes para importar milhares de supostos médicos de Cuba, deixando bilhões de reais para a ditadura cubana.


Como foi dito acima que esse projeto ofende diversas normas jurídicas, e apenas para não deixar o leitor com dúvidas acerca de quais seriam essas normas, faço, para concluir, uma pequena lista das irregularidades existentes:


1 - trata-se de desvio de finalidade, pois criou-se um pseudo curso de aperfeiçoamento para na verdade esconder contratação de pessoal;


2 - sendo contratação de pessoal, violou-se a regra constitucional que exige a realização de concurso público - nem se pode dizer que se trata de contratação temporária, pois não houve inclusão desse projeto na lei que trata do assunto e, porque o STF já se manifestou, em mais de uma oportunidade, que é inconstitucional a contratação temporária de pessoal da saúde;


3 - ausência de urgência que justificaria a edição de uma medida provisória, pois o governo não pode, por sua própria omissão, fabricar uma urgência para se eximir da submissão ao processo legislativo ordinário (os procedimentos normais para aprovação de um lei);


4 - danos ao erário, pelo não recolhimento do imposto de renda dos salários dos médicos participantes (que o governo travestiu de "bolsa", que é isenta);


5 - desrespeito ao princípio da isonomia, porque o governo tenta justificar a validade do pseudo curso de aperfeiçoamento usando como comparação os cursos de residência médica. Ocorre que os médicos residentes fazem jus a um título; se dedicam 60 horas semanais ao curso e, em troca, recebem meros R$ 2.384,82, enquanto os participantes do "Mais Médicos" não tem titulação prevista em lei; se dedicam apenas 40 horas no "curso" - que, por sinal é feito à distância (curso de medicina à distância?) e ainda ganham mais que 4 vezes mais que os residentes;


6 - desrespeito ao princípio da isonomia em relação aos médicos cubanos - que não recebem integralmente os R$ 10.000,00 pago aos participantes de outras nacionalidades;


7 - violação, por extensão, da norma do próprio "Projeto Mais Médicos para o Brasil" que afirma que a "bolsa" de R$ 10.000,00 será devida ao médico, não ao governo de seu país;


8 - dano aos cofres públicos, porque se os cubanos aceitam salário de US$ 1.000,00 (ou até menos), o Brasil não precisaria gastar R$ 10.000,00 com cada um deles;


9 - desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, pois bilhões de reais serão omitidos da folha de pagamento - já que o governo os travestiu de "bolsa" - não impactando no percentual da receita que pode ser gasto com pessoal, como determina a LRF;


10 - violação do Código Global de Práticas Internacionais de Recrutamento de Pessoal da Área da Saúde, que o próprio Ministério da Saúde afirma, exige "igualdade de tratamento entre profissionais de saúde migrantes e profissionais de saúde formados a nível nacional"; além de gozarem "dos mesmos direitos e responsabilidades legais que os profissionais de saúde formados a nível nacional, em todos os termos de emprego e condições de trabalho" etc.;


11 - assinatura de acordo internacional gravoso ao patrimônio nacional (convênio com a OPAS, que, por sinal, fica com 5% de todo o dinheiro gasto com os cubanos), sem aprovação do Congresso Nacional etc.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sobre a descriminalização da maconha

Acabo de ler um comentário de um Promotor de Justiça, defendendo a descriminalização da maconha. Ele indaga: "até que ponto o Estado pode criminalizar a ingestão de produtos por pessoas maiores e capazes? Criminalizar maus hábitos de consumo não é uma invasão à privacidade e intimidade do cidadão? Daqui a pouco o Estado babá proibirá a ingestão de chocolate porque contribui para aumentar os índices de diabetes...". Além disso, ele diz que o tabaco mata 5 milhões de pessoas por ano no mundo e o álcool outras 2,5 milhões, enquanto as drogas ilícitas, matam 200 mil, segundo a ONU. E conclui: "Por que não causa indignação o consumo desenfreado de álcool e cigarro? Vamos refletir!!!"

Refletindo, então: Primeiramente, a mim, causa sim indignação o consumo desenfreado de álcool e de tabaco. 

Sobre o álcool, especificamente, causa também medo, porque mesmo sem consumir bebidas alcoólicas corro o risco de sofrer graves consequências pelo consumo dos outros. 



Quanto ao cigarro também, embora os efeitos não sejam percebidos de forma imediata. A propósito, se ninguém respeita as leis que proíbem fumar em determinados lugares ou na presença de determinadas pessoas (como gestantes) a descriminalização da maconha implicará que futuramente seremos também obrigados a fumar a maconha alheia. 



Isso não é uma "invasão de privacidade e intimidade do cidadão"? 

Quanto aos dados da ONU, há alguns questionamentos que devem ser feitos. Primeiro, será que as estatísticas da ONU incluem as pessoas mortas por consequência indireta do uso de drogas ilícitas, como os crimes praticados para manter o vício? Não adianta descriminalizar, viciados vão ser sempre viciados, e sempre estarão dispostos a qualquer coisa para conseguirem recursos para comprar mais drogas. Sobre maconha "não viciar" falarei mais adiante. O outro ponto é que essa estatística pode não ser confiável. A uma, porque sendo ilícitas as drogas, é possível que não se conheça toda a extensão dos efeitos de seu uso escondido, a duas, porque essa mesma ONU, aceita como verdadeira a estatística de que 200 mil mulheres morrem por ano em abortos clandestinos no Brasil. Ora, em 2012 morreram 60.752 pessoas em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil. Será mesmo que morrem quase 4 vezes mais mulheres em abortos do que pessoas em acidentes de trânsito? Todo mundo conhece pessoas que foram vítimas do trânsito, mas conhecemos também um número 4 vezes maior de mulheres que morreram em abortos? Além disso, a descriminalização pode importar na elevação do número de usuários, elevando também o número de vítimas. E estudos mais aprofundados (só possíveis de serem realizados com produtos lícitos e com maior mercado consumidor) poderão revelar perigos hoje desconhecidos.

Sobre o "Estado babá" citado pelo Promotor, aquele Estado que se intromete na liberdade individual de pessoas maiores e capazes, esse argumento serviria também contra a obrigatoriedade de cintos de segurança em automóveis e equipamentos de proteção para motociclistas (como capacetes, viseiras etc.). E o pior, serviria também para a descriminalização do crack, da cocaína e outras drogas mais fortes que a maconha. Ora se o cidadão pode fazer o que ele quiser com a sua vida, então deixe ele se drogar o quanto ou como quiser também. Se hoje o cigarro e o álcool servem de argumento para liberar a maconha, futuramente a maconha será argumento para liberar as demais drogas.

Provavelmente esse Promotor que hoje critica o "Estado babá", defende, por outro lado, a figura do "Estado salvador" quando se trata de obrigar entes públicos, sobretudo os massacrados municípios, a custearem custosos tratamentos para pessoas viciadas em drogas. Eu trabalho em um Município que frequentemente recebe citações judiciais de ações propostas pelo Ministério Público (ou até mesmo ilegais "requisições" - que, na verdade, equivalem a ameaças) exigindo que se providencie internações para pessoas dependentes de drogas. Ora, essa pessoa não é "maior e capaz"? Se quer se tornar um zumbi, sem vontade, não deveria assumir sozinha as responsabilidades pelos seus atos? É justo que a sociedade pague a conta dessa "liberdade individual"? É justo que se tenha que desviar recursos de outras áreas prioritárias para se pagar o tratamento de quem livre e espontaneamente resolveu entrar no mudo das drogas?

Voltando à maconha, dizem que ela não vicia. Mas também se diz que a maconha vendida atualmente foi geneticamente modificada para se tornar várias vezes mais poderosa do que a que se vendia algumas décadas atrás. Além disso, também se aceita, com certo consenso, que ela é porta de entrada para drogas mais pesadas. Independentemente disso, é difícil acreditar que álcool vicia, que cigarro vicia e que maconha não vicia. Mas admitamos que a maconha atualmente não vicia. A partir do momento em que for liberada, grandes grupos industriais se interessarão pelo seu comércio, por exemplo, a Souza Cruz. Nesse caso, a "saudável" maconha virá batizada com toda a química presente nos cigarros comuns.

E nem se diga que bastará plantar a própria maconha no quintal de casa. Se nenhum fumante perde tempo plantando tabaco em casa, a esmagadora maioria dos maconheiros também preferirá a comodidade de se adquirir maconha no caixa da padaria. Dali ele já poderá acender seu baseadozinho e sair entorpecendo qualquer transeunte que tiver o azar de cruzar com ele. 

Outro paralelo entre cigarro e maconha pode ser feito para se rebater os argumentos de que a sua liberalização importará no fim do tráfico. Isso porque, a partir do instante em que o Estado entrar na jogo, a maconha passará a ser tributada (esse, inclusive, é um dos argumentos de quem defende a sua legalização: arrecadação de tributos). Sendo assim, é mais do que justo que sofra, pelo menos a mesma carga tributária incidente sobre cigarros, que hoje está próxima de 65% (podendo chegar a 75% em 2015). E o que acontece com o cigarro atualmente? Sua elevada carga tributária fez criar uma indústria criminosa e clandestina que ganha muito dinheiro contrabandeando (tecnicamente seria "descaminho") cigarros do Paraguai. Como o Uruguai está liberando a maconha, provavelmente nascerão quadrilhas especializadas em trazer o produto ilegalmente daquele país, ou do Paraguai mesmo. 

Foto: http://www.tribunadecianorte.com.br/media/webmedia/files/nat_contrabando_cigarro.jpg

Sem falar que continuará a haver tráfico das outras drogas.

Então, a minha opinião é que os defensores da maconha não se importam em nivelar por baixo as coisas. Eles conhecem os males que esta e outras drogas (inclusive as lícitas) causam, mas, se as pessoas podem morrer, matar e causar prejuízos aos particulares e ao Estado utilizando outras substâncias, por que não podem morrer, matar e causar prejuízo aos particulares e ao Estado consumindo maconha ou outras drogas? Não deveriam estar lutando por campanhas eficientes de prevenção ao uso de drogas (inclusive as lícitas)? 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Promessas de ano novo

 Foto: http://soudaquimanga.blogspot.com.br/2012/12/prefeito-ruy-muniz-vai-dispensar-14-mil.html

Todo ano as pessoas fazem promessas para cumprirem (ou não) no ano seguinte. Com o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, não foi diferente. Demorou um pouco, afinal, estamos falando de Administração Pública... mas ele fez suas promessas para 2014. 

As pretensões não são modestas, mas como ele se define como um "iluminado" não deve ser difícil. Também não deverá ser difícil realizar investimentos mais que duas vezes superiores a todo o orçamento municipal (que, em média, tem pelo menos 50% destinado apenas a folha de pagamento. Assim, o prefeito iluminado terá que investir 4 vezes mais do que o orçamento restante). Segundo a notícia, o orçamento é estimado em R$ 941 milhões, mas o prefeito espera investimentos de até R$ 2 bilhões. 

Por via das dúvidas, como ele costuma esquecer (e retirar de internet) as promessas milagrosas que costuma fazer (como ocorreu no dia seguinte a sua eleição, quando todos os vídeos de sua campanha foram retirados do ar), resolvemos deixar aqui registrado o conjunto de obras que vamos receber nos próximos 11 meses.

 A notícia foi publicada no "mural" do "www.montesclaros.com.br", e segue transcrita na íntegra: 

Mensagem N° 76831 De: Prefeitura Data: Qua 15/1/2014 16:49:25 Cidade: Montes Claros/MG (...) Em coletiva à imprensa realizada na manhã desta quarta-feira,(...) o prefeito Ruy Muniz apresentou o plano de ações e obras da Prefeitura para o ano de 2014, em Montes Claros. (...) As obras, programas e projetos serão viabilizados com recursos previstos no orçamento de 2014, estimado em R$ 941 milhões, bem como por verbas de programas e convênios já firmados ou em andamento, junto aos governos estadual e federal, com contrapartida da Prefeitura. Há possibilidade de investimentos da ordem de R$ 2 bilhões, em todo o município.O destaque ficou para as parcerias públicas privadas (PPP) que deverão ser firmadas para a construção da Cidade Administrativa (no Ibituruna ou na região do Jaraguá), para a integração de linhas de ônibus e transporte sobre trilhos, bem como para a coleta seletiva para aproveitamento dos resíduos sólidos (investimentos de R$ 500 milhões).Também foi anunciada a ampliação do valor repassado aos beneficiados do Programa Bolsa Família (dependendo de aprovação da Câmara); construção da primeira etapa de obras do estádio Antônio Lafetá Rebello (Mocão), com capacidade para 30 mil espectadores; construção da Vila Olímpica; implantação de coleta seletiva do lixo (R$ 250 milhões); reforma da Praça de Esportes (R$ 750 mil); construção de uma unidade do Programa Educação e Cultura (PEC) no Santa Lúcia (R$ 1,7 milhão); entrega de duas mil casas do Programa Minha Casa, Minha Vida; conclusão de unidades habitacionais nas vilas Castelo Branco e Mauriceia; urbanização do bairro Conferência Cidade Cristo Rei (R$ 33 milhões); dois novos cemitérios; um crematório; ampliação do Programa Olho Vivo (com instalação de câmeras em pontos estratégicos em bairros populosos); e asfaltamento de mais 300 ruas e avenidas. Outro destaque ficou para o setor de Saúde. O prefeito anunciou a reforma do pronto-atendimento Alpheu de Quadros, no bairro Santo Antônio e, ainda, a construção e reforma de unidades básicas de saúde, criação de duas unidades de acolhimento, dois novos centros de assistência psicossocial (Caps), seis academias públicas e duas unidades de pronto atendimento (UPA). Para o setor educacional, foram adquiridos 37 novos ônibus escolares e está prevista a criação de 18 centros de ensino municipal infantil (CEMEI). Todos os alunos da rede municipal vão receber, gratuitamente, kit contendo mochila, livros didáticos, uniforme e material escolar. O prefeito Ruy Muniz também destacou obras que vão melhorar o visual do perímetro urbano de Montes Claros, como a revitalização do centro comercial e obras nas entradas da cidade, identificando e dando boas vindas aos visitantes. “Neste setor também vamos concluir as obras das avenidas Pai João e Bicano, bem como da Sidney Chaves e nas confluências das avenidas Deputado Esteves Rodrigues e João XXIII, para melhorar as condições de tráfego de veículos e aumentar a segurança de condutores e pedestres”, concluiu o chefe do Executivo, que cogitou, até mesmo, a possibilidade da Prefeitura assumir os serviços de abastecimento de água e tratamento do esgoto, em Montes Claros, com investimentos previstos de R$ 400 milhões.

ATUALIZAÇÃO

Na data de hoje, 10 de fevereiro de 2014, o prefeito Ruy Muniz acrescentou mais algumas promessas a sua lista.

Depois de anunciar a desapropriação do Estádio João Rebello, o prefeito disse que o espaço será IMEDIATAMENTE reformado e TOTALMENTE revitalizado.

Da minha parte, qualquer reforma que comece depois da amanhã será considerada como uma promessa não cumprida. Se fosse para isso, o alcaide deveria ter mais responsabilidade no que diz. Chega de propaganda enganosa. Imediatamente é imediatamente! Já basta a Dilma querendo mudar o sentido de tudo...

Segue a nota da Prefeitura reproduzida no "www.montesclaros.com.br":


Mensagem N° 76989
De: PrefeituraData: Seg 10/2/2014 18:40:43
Cidade: M. Claros
(..) Foi anunciado em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, 10, a desapropriação do terreno da Associação Desportiva Ateneu. A Prefeitura já havia encaminhado notificação à Associação, solicitando providências no sentido de que se fizesse a manutenção do local, sem obter resultados. Considerado insalubre - o terreno está abandonado, com mato alto servindo de abrigo para marginais e usuários de drogas, e contribuindo para a proliferação de animais peçonhentos - com a desapropriação o estádio será imediatamente reformado e franqueado às entidades desportistas de Montes Claros. O campo do Ateneu será totalmente revitalizado, com reforma do gramado, dos vestiários, iluminação e arquibancadas, podendo acolher, confortavelmente, numa primeira etapa, cerca de quatro mil torcedores. O estádio servirá, assim que for reativado depois, ao esporte da cidade como palco de campeonatos varzeanos, times amadores e outras equipes que quiserem fazer uso daquele espaço para seus jogos. O Campo do Ateneu passa a ser patrimônio da Prefeitura de Montes Claros, através do Decreto Nº 3.139 de fevereiro de 2014, que o declara de utilidade pública para fins de desapropriação. A Secretaria de Esportes vai franquear o campo para receber crianças no programa de Educação em Tempo Integral. Já em relação à Liga Montes Clarense de Futebol, o prefeito assinou decreto em que o município cancela a cessão do campo de futebol à entidade. O terreno pertence à municipalidade e também está abandonado. Foram anunciadas também a reforma total do Campo do Magalhães, no bairro Delfino, e a conclusão do estadio Nilson Espoletão, ao lado do Parque das Mangueiras, no bairro João Botelho. O Campo do Ateneu fica no bairro São José, no cruzamento da rua Antônio Rodrigues com Joaquim Sarmento. Ao final da coletiva o prefeito assinou Projeto de Lei que cria a Agência Municipal de Água, Saneamento Básico e Energia de Montes Claros (AMASBE). O Projeto segue para Câmara de Vereadores