quinta-feira, 3 de novembro de 2011

1/3 da Praça de Esportes = Mocão + Teatro + terminal urbano + estacionamento + reforma do resto da Praça de Esportes?

A Prefeitura de Montes Claros pretende vender parte da Praça de Esportes e, em troca, receber uma quantia suficiente para construir o Estádio Municipal Toninho Rebello; um teatro; um terminal urbano e um estacionamento. Além disso, pretende que a empresa que pagar por essas obras ainda se responsabilize pela reforma do que restar da Praça de Esportes. É muita esmola para o santo não desconfiar... Segundo a própria Prefeitura, só o estádio e o teatro custarão cerca de R$ 17 milhões, sem falar que muitas das obras citadas devem depender de desapropriações. Mas a notícia não termina aí. A ideia é iniciar as obras em janeiro para terminá-las, no mais tardar, em agosto. São dois prazos inexequíveis. Antes de iniciar as obras a Prefeitura terá que aprovar na Câmara o projeto de lei autorizando a desafetação e alienação da área pública; depois disso, terá que licitar a venda e, posteriormente licitar as obras a serem custeadas com o valor arrecadado. Cada licitação terá que obedecer os prazos legais para publicação do edital; formulação das propostas; julgamento das propostas e recursos eventualmente interpostos. Ainda que isso fosse possível, seria imprudente conduzir licitações tão importantes com tamanha pressa – que, diz a sabedoria popular, é inimiga da perfeição. Quanto ao prazo para conclusão das obras, se Montes Claros conseguir construir um estádio inteiro em 7 meses, estará superando todas as sedes da Copa do Mundo de 2014. As etapas de reforma do Mineirão, por exemplo, que é uma das obras mais adiantadas da Copa, começaram em novembro de 2009,  com término previsto para dezembro de 2012. E trata-se apenas de uma reforma. É verdade que o Mineirão é um estádio várias vezes maior que o sonhado Mocão, mas também é verdade que nele também serão investidos muito mais recursos financeiros e humanos, de modo que as obras deveriam ter duração semelhante. Assim, tudo indica que o atual chefe do Executivo, deixará para seu sucessor a responsabilidade de concluir essas obras. Isso se elas chegarem a ser iniciadas.