segunda-feira, 12 de setembro de 2011

De onde virá o dinheiro da Saúde?



           A presidente Dilma disse ontem ao Fantástico que para dar saúde de qualidade tem que “tirar dinheiro de algum lugar”.

               Se tem que tirar de algum lugar, penso que as opções são duas: 

               1 – tirar do próprio governo, que deve escolher melhor suas prioridades, reduzindo, por exemplo, a verba de publicidade; os cartões corporativos; o número de Ministérios  - que cresce a cada novo governo; ou
            2 – tirar do bolso do brasileiro, que já não aguenta mais pagar tantos impostos para  vê-los ser desviados  para os bolsos de Ministros, empreiteiros, etc.
            Na minha concepção, o termo “administrar” possui, implícita, a idéia de recursos insuficientes e limitados. Se os recursos financeiros são ilimitados e/ou suficientes para implementar qualquer medida que se pretenda, então não é preciso administrar nada, basta pegar a quantia necessária e gastar com o que se quer (com a garantia que qualquer outra medida que se deseje tomar já possui a correspondente provisão de recursos assegurada).
               Então, se os governantes, que voluntariamente se ofereceram para administrar nosso país , não dão conta do recado, não é justo que o brasileiro comum, que por força da necessidade tenta administrar o próprio orçamento doméstico, tenha a sua renda ainda mais reduzida por culpa da incompetência dos governantes.

           A Dilma, quando em campanha, falava muito em melhorar a saúde, falava muito  em construir UPAs (unidades de pronto atendimento), etc., mas em nenhum momento ela falou que precisaria aumentar os impostos para cumprir essas promessas. Agora vem dizer que não tem recurso!
         O PT quando era oposição (na verdade, até hoje) vivia dizendo que o PSD B aumentou impostos. Quem não se lembra daquela propaganda eleitoreira do PT – no período que antecedeu à campanha da Dilma – que mostrava uma montanha russa e dizia que o governo anterior aumentou impostos? O curioso é que a CPMF , que foi criada no governo de Fernando Henrique Cardoso, era um imposto provisório e quando ela finalmente iria acabar, o PT – já no governo – fez de tudo para não ficar sem ela. Ou seja, o PSDB criou um imposto provisório que o PT não queria deixar acabar.
            Ainda na entrevista dada ao Fantástico a presidente disse: “Nós tiramos 40 milhões de pessoas da pobreza. (...) O meu maior compromisso é garantir para esses 40 milhões, mais os outros que já usavam, garantir educação pública de qualidade, saúde de qualidade e segurança pública de qualidade”.
           Pronto, presidente! Resolvi o seu problema. Você pediu para te falarem de onde iria sair o dinheiro para a saúde – já que não tem competência para fazer isso sem aumentar impostos. Eu te digo! Se sua prioridade é saúde, educação, e segurança pública, pode tirar dinheiro de qualquer outro programa. São 40 Ministérios, pelo menos.  Dá para tirar de 37 para colocar nos 3 que cuidam das áreas que você considera prioritárias (espero não precisar explicar o que significa prioridade). Se quiser (só se quiser, ou se a imprensa pegar muito no seu pé), pode até tirar da corrupção. Só não venha tirar do bolso do brasileiro, que em seu orçamento não tem tantos “ministérios” assim, de onde possa tirar mais uma parcela de seu salário.