quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Crítica ao artigo "Gravidez indesejada"

Quem leu o artigo “Gravidez indesejada”, surpreendentemente publicado pela OAB, teve a impressão que sua autora jamais ouviu falar de "paternidade responsável". Aliás, talvez tenha, mas, como tantas feministas, deve pensar que ele só serve para obter vultosas pensões alimentícias dos pais do sexo masculino. Os homens tem que se responsabilizar pelos seus atos, as mulheres não. A elas assistiria a "liberdade de escolha" entre ter ou não um filho (um filho já concebido, ressalte-se). A elas não existe a "liberdade de escolha" entre manter ou não relações sexuais, entre usar ou não anticoncepcionais, etc., apenas entre abortar ou não. Aliás, ter o filho nem passa pela cabeça dessas pessoas, não é considerado "opção", já que a "única ARMA de que dispõem" é o aborto (o termo "arma" está destacado porque se aplica perfeitamente ao caso – um objeto usado para matar).

Alguém obrigou elas a manterem relações sexuais sem uso de preservativos e/ou anticoncepcionais? Se obrigou, nossa lei já dá a solução. Portanto, estamos falando de relações consentidas.
Concordo com a autora quando diz que o Estado deveria ser mais atuante na questão do planejamento familiar (veja que o termo tem sentido coletivo – “familiar” – não individual – como “maternal” ou “paternal” – se bem que para ser “mãe” ou “pai” também é necessário a presença do “filho”), mas discordo quando, ainda que implicitamente, defende a famigerada tese de que a mulher pode fazer o que quer com “seu corpo”.


Gostaria de saber a quem pertencia corpo retirado do útero da gestante: Será que à desalmada, porém cheia de liberdades, “mãe”, ou a seu filho indefeso? Será que o DNA dessa “parte do corpo” da gestante é igual ao do restante do seu organismo? Será que os livros de biologia e de medicina reconhecem essa estrutura como um órgão do corpo feminino? Então de quem é o corpo? A gestante continua sendo uma “pessoa”, já o feto tornou-se realmente um “corpo”, um corpo sem vida, um corpo de delito.
Para concluir minha crítica, e colocando um pouco mais de lenha no debate sobre a igualdade de direito entre homens e mulheres (uns devem se responsabilizar por seus atos, as outras não), gostaria de fazer uma indagação: não teria o homem também a mesma "liberdade de escolha" de ter ou não um filho já concebido, ainda que seja para fugir de uma futura pensão alimentícia? Imaginem o quanto os jogadores de futebol não iriam gostar desse direito. Se ele existisse talvez nem saberíamos quem é Eliza Samúdio (aliás, ao que consta o goleiro Bruno a teria ameaçado, para que abortasse, mas ela se recusou. E alguém já viu uma mulher abortar um filho de jogador rico?) .

Em respeito aos leitores substituí a imagem original, mas convido todos a pesquisarem "aborto" no google imagens.

Um comentário:

  1. Quem não leu o artigo objeto da crítica acima pode acessá-lo através do link: http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=20855

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